segunda-feira, 6 de junho de 2011

Principais Produtos Perigosos Transportados no Brasil



Hidróxido de Sódio
O hidróxido de sódio (NaOH), também conhecido como soda cáustica, é um hidróxido cáustico usado na indústria (principalmente como uma base química) na fabricação de papel, tecidos, detergentes, alimentos e biodiesel. Também usado para desobstruir encanamentos e sumidouros pelo fato de ser corrosivo. É produzido por eletrólise de uma solução aquosa de cloreto de sódio (salmoura).

É utilizado em reações químicas por sua alta reatividade. Exemplos: em degradações, onde é usado para preparar alcanos a fim de diminuir a quantidade de carbono na cadeia. Usado também, juntamente com o óxido de cálcio (CaO), para diminuir a reatividade e prevenir a corrosão dos tubos de ensaio.

O manuseio do hidróxido de sódio deve ser feito com total cuidado, pois apresenta um quadro considerável de danos ao homem. Se for ingerido, pode causar danos graves e as vezes irreversíveis ao sistema gastrointestinal, e se for inalado pode causar irritações, sendo que em altas doses pode levar à morte. O contato com a pele também é um fato perigoso, pois pode causar de uma simples irritação até uma úlcera grave, e nos olhos pode causar queimaduras e problemas na córnea ou no conjuntivo.

Em casos de contato com o hidróxido de sódio, deve-se colocar a região exposta em água corrente por 15 min e procurar ajuda médica, se for ingerido deve-se dar água ou leite à vítima sem provocar vômito na mesma, se for inalado levar a vítima para um local aberto para que possa respirar. Se caso a vítima não esteja respirando, é necessário usar respiração artificial.
Ácido Clorídrico
O Ácido clorídrico, HCl, é um ácido inorgânico forte, seu pKa é de -6,3. Isso significa que, em solução, o H+ dele é facilmente ionizável ficando livre na solução, fazendo com que o pH desta seja muito baixo. Em sua forma comercial é também conhecido como Ácido Muriático, vendido em concentrações de no mínimo 33%. Sua aparência é de um líquido incolor ou levemente amarelado. Altamente higroscópico, ou seja, absorve água da atmosfera, por isso o frasco deve permanecer bem vedado para não variar a sua concentração. Outro motivo pra que o frasco permaneça fechado é que, em altas concentrações, o ácido exala vapores altamente irritantes para os olhos e nariz.

A formação de ácido clorídrico é bem reativa e deve ser feita com muito cuidado. No meio industrial essa obtenção pode ser feita de duas maneias: aquecimento a altas temperaturas do gás hidrogênio com o gás cloro, formando o HCl em sua forma pura que é gasosa. Esse gás se dissolve muito bem em água permitindo a confecção da solução de HCl. Ou então com a mistura de ácido sulfúrico (H2SO4) com cloreto de sódio (NaCl) formando o dito ácido e sulfato de sódio (Na2SO4).

Em indústrias e laboratórios, o ácido clorídrico encontra uma gama de utilidades enorme podendo ser utilizado para:
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Hidrólise ácida de madeiras;
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Limpeza de equipamentos, chamada também de decapagem, que é a remoção das camadas de metal oxidado;
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Utilizado como catalisador em reações orgânicas que precisam ser realizadas em pH baixo;
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Produção de cloretos metálicos;
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Acidificação de poços de petróleo.
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Regeneração de resina de troca iônica, ele retira os íons trocados retidos na resina, deixando-a pronta para nova utilização;
Uma coisa interessante sobre o ácido clorídrico é que, apesar dele ser altamente tóxico em caso de ingestão na sua forma líquida, esse ácido está presente no suco gástrico. Essa secreção produzida pelo estômago é formado pelo próprio ácido clorídrico, enzimas, sais e muco. Ela mantêm o pH do estômago entre 0,9 e 2 proporcionando assim a melhor destruição das células de alimento pra que possamos absorver os nutrientes.
O ácido também age como um ativador da enzima chamada pepsina para que ela quebre as proteínas, que são grandes moléculas, em cadeias menores para que possam ser mais facilmente absorvidas. Outra função sua é reduzir o crescimento de bactérias causadoras de doenças e infecções. Quando essa produção de ácido se descontrola, sente-se o que se conhece por azia, que pode ser aliviada com a ingestão de bases, como hidróxido de magnésio (leite de magnésio) ou bicarbonato de sódio
Hipoclorito de sódio
Milhões de toneladas de cloro são fabricadas a cada ano, boa parte da produção é destinada para a desinfecção de água para consumo. O cloro também pode ser convertido em alvejantes de hipoclorito, o que veremos agora.

O composto químico Hipoclorito de sódio (NaClO) possui ação desinfetante, sendo capaz de eliminar germes e bactérias presentes nas hortaliças, verduras, legumes e frutas.

O hipoclorito é também um forte agente oxidante, e por isso é empregado para a limpeza e esterilização doméstica de superfícies, como pias, banheiros, cozinha e em roupas. NaClO destrói vírus e bactérias, uma vez que são extremamente sensíveis à oxidação.

Outra propriedade do Hipoclorito de sódio é a de alvejante. Se desejar deixar uma roupa de cor branca com um aspecto mais claro, já sabe, é só recorrer a essa substância que é comercializada na forma líquida e concentrada. Nessa forma, o NaClO recebe o nome popular de água sanitária, a produção desse alvejante é feita a partir da reação de cloro com hidróxido de sódio, através do processo:

O cloro na forma gasosa é introduzido em um recipiente e então se adiciona lentamente uma solução alcalina de hidróxido de sódio (soda cáustica). O hipoclorito surge da reação entre essas duas substâncias.
Cloro
O cloro (Cl) é um elemento químico abundante na natureza e essencial para muitas formas de vida. No estado puro, em condições normais, é um gás de cor amarela esverdeada extremamente tóxico e de odor irritante.
Na natureza não é encontrado em estado puro, pois reage rapidamente com muitos elementos ou compostos químicos, sendo geralmente encontrado sob a forma de cloretos e cloratos, sobretudo na forma de cloreto de sódio, nas minas de sal gema e dissolvido na água do mar.
O cloro é utilizado no tratamento da água para consumo. Também é utilizado como oxidante , branqueador e desinfectante
Acído Sulfúrico
Ácido sulfúrico – H2SO4: Líquido incolor, viscoso e oxidante. Densidade de 1,84g/cm3. Ao diluir o ácido súfurico, não se deve adicionar água, porque o calor liberado vaporiza a água rapidamente, à medida que ela vai sendo adicionada.
É uma das substâncias mais utilizadas nas indústrias. O maior consumo de ácido sulfúrico se dá na fabricação de fertilizantes, como os superfosfatos e o sulfato de amônio. É ainda utilizado nas indústrias petroquímicas, de papel, de corantes etc. e nas baterias de chumbo (baterias de automóveis).
Preparação:
Obtenção do SO2
S + O2 → SO2
4 FeS2 + 11 O2 → 2 Fe2O3 + 8 SO2
Oxidacao de SO2 a SO3:
2 SO2 + O2 → 2 SO3
Este processo necessita de um catalisador, o V2O5 ou Pt.
Existem 2 processos usados para oxidar o SO2.
- Processo das câmaras de chumbo: usa-se o NO2 como catalisador e o ácido produzido é de baixa concentração (60%).
- Processo de contato: neste processo, a oxidação é catalisada pelo V2O5 ou Pt. É o processo mais importante e moderno, produz ácido sulfúrico de alta concentração, sendo aquele que apresenta maior rendimento.
H2SO4 + SO3 → H2S2O7 (ácido sulfúrico fumegante)
H2S2O7 + H2O → 2 H2SO4
Propriedades:
Ácido sulfúrico diluído: acido forte, reage com metais não- nobres liberando H2.
Ácido Sulfúrico Concentrado a quente é um forte agente oxidante.
Excelente agente desidratante.
Reage com sais, deslocando ácidos voláteis.
Aplicações:
1. Na indústria de petróleo, para remover impurezas da gasolina e óleos.
2. Na fabricação de explosivos.
3. Como eletrólito na bateria de chumbo.
4. Fabricação de outros ácidos.
5. Na indústria de fertilizantes, para converter o fosfato normal de cálcio insolúvel em fosfato ácido solúvel.
Formaudeído
O formol ou formaldeído, solução a 37%, é um composto líquido claro com várias aplicações, sendo usado normalmente como preservativo, desinfetante e antisséptico. Também é usado para embalsamar peças de cadáveres, mas é útil também na confecção de seda artificial, celulose, tintas e corantes, soluções de ureia, tioureia, resinas melamínicas, vidros, espelhos e explosivos. O formol também pode ser utilizado para dar firmeza nos tecidos, na confecção de germicidas, fungicidas agrícolas, na confecção de borracha sintética e na coagulação da borracha natural. É empregado no endurecimento de gelatinas, albuminas e caseínas. É também usado na fabricação de drogas e pesticidas.
Toxicidade
O formol é tóxico quando ingerido, inalado ou quando entra em contato com a pele, por via intravenosa, intraperitoneal ou subcutânea. Em concentrações de 20 ppm (partes por milhão) no ar causa rapidamente irritação nos olhos. Sob a forma de gás é mais perigoso do que em estado de vapor.
Carcinogenicidade (avaliação do potencial cancerígeno)
Em quatro instituições internacionais de pesquisa foi comprovado o potencial carcinogênico do formaldeido.
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Em 1995, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) classificou este composto como sendo carcinogênico para humanos (Grupo 1, julho 2004), tumorogênico, teratogênico por produzir efeitos na reprodução para humanos. Em estudos experimentais, demonstraram ser também para algumas espécies de animais.
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Agência de Proteção Ambiental (EPA), dos EUA: “O composto foi avaliado pelo grupo de avaliação de carcinogenicidade da ACGIH e foi considerado suspeito de causar câncer em humanos “ [015,415,421].
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Associação de Saúde e Segurança Ocupacional (OSHA), dos EUA: considera que o agente é suspeito de causar câncer para humanos.
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O Programa Nacional de Toxicologia dos EUA (Fourth Annual Report on Carcinogens) de 1984 considerou que o formaldeído é um agente cancerígeno nas seguintes doses para ratos:por via oral, 1170 mg/kg/; por via dérmica 350 mg/kg e por via inalatória 15 ppm/6 horas
Sintomas em caso de intoxicação
A inalação deste composto pode causar irritação nos olhos, nariz, mucosas e trato respiratório superior [036, 151, 301,406]. Em altas concentrações pode causar bronquite, pneumonia ou laringite [036,151].
Os sintomas mais freqüentes no caso de inalação são fortes dores de cabeça, tosse, falta de ar, vertigem, dificuldade para respirar e edema pulmonar [215]. O contato com o vapor ou com a solução pode deixar a pele esbranquiçada, áspera e causar forte sensação de anestesia e necrose na pele superficial.
Longos períodos de exposição podem causar dermatite e hipersensibilidade, rachaduras na pele (ressecamento) e ulcerações principalmente entre os dedos; podem ainda causar conjuntivite [036,151].
O vapor de formaldeído irrita todas as partes do sistema respiratório superior e também afeta os olhos. A maioria dos indivíduos pode detectar o formol em concentrações tão baixas como 0.5 ppm e, conforme for aumentando a concentração até o atual limite de Exposição Máxima, a irritação se dá mais pronunciada.
Medições das concentrações de formaldeído no ar em laboratórios de anatomia no ar têm apontado níveis entre 0,07 e 2,94 ppm (partes por milhão). Uma relação entre a concentração e os sintomas podem ser feitos:
0,1 a 0,3 ppm: menor nível no qual tem sido reportada irritação;
0,8 ppm: limiar para o odor (começa a sentir o cheiro);
1 a 2 ppm: limiar de irritação leve;
2 a 3 ppm: irritação dos olhos, nariz e garganta;
4 a 5 ppm: aumento da irritação de membranas mucosas e lacrimejação significativa;
10 a 20 ppm: lacrimejação abundante, severa sensação de queimação, tosse, podendo ser tolerada por apenas alguns minutos (15 a 16 ppm pode matar camundongos e coelhos após 10 horas de exposição;
50 a 100 ppm: causa danos severos em 5 a 10 minutos (exposição de camundongos a 700 ppm pode ser fatal em duas horas).
A ingestão causa imediata e intensa dor na boca e faringe [151]. Provoca dores abdominais com náuseas, vômito e possível perda de consciência [036,151,301]. Outros sintomas como proteinúria, acidose, hematemesis, hematúria, anúria, vertigem, coma e morte por falência respiratória também podem ser observados [031].
Ocasionalmente pode ocorrer diarréia (com possibilidade de sangue nas fezes), pele pálida, fria e úmida, além de sinais de choque como dificuldade de micção, convulsões, e estupor.
A ingestão também pode ocasionar inflamação e ulceração /coagulação com necrose na mucosa gastro-intestinal [151].
Também podem ser observadas lesões como corrosão no estômago e estrias esofágicas e colapso circulatório e nos rins após a ingestão. A inalação ou aspiração do produto pode provocar severas alterações pulmonares ao entrar em contato com o meio ácido estomacal [151]. Outras consequências são danos degenerativos no fígado, rins, coração e cérebro.[301, 455].

Intoxicação aguda
No estado líquido ou vapor é irritante para pele, olhos e mucosas. [036,151,301,406]. Também é um potente irritante do trato respiratório. É absorvido através da pele [169]. Pode causar lacrimejamento [455].
Recomendações
Segundo a OSHA, o limite máximo permitido de exposição contínua é de 5 ppm, sendo que, nos casos de pico, a concentração máxima deve ser de 10 ppm. A OSHA classificou o formol como irritante e com potencial cancerígeno.
O Criteria Document publicado pelo Instituto Nacional de Saúde e Segurança Ocupacional dos EUA (NIOSH) recomenda que o limite máximo presente no ar seja de 0.1 ppm/15M e o uso de luvas e máscaras durante a manipulação do produto. A máscara deve ter filtro especial para vapores orgânicos.



Amônia
A amônia ou amoníaco (NH3) é uma molécula formada por um átomo de nitrogênio ligado à três de hidrogênio. É obtida por um processo famoso chamado Haber-Bosch que consiste em reagir nitrogênio e hidrogênio em quantidades estequiométricas em elevada temperatura e pressão. É a maneira de obtenção de amônia mais utilizada hoje em dia. Esse processo leva o nome de seus desenvolvedores Fritz Haber e Carl Bosch.
À temperatura ambiente e pressão atmosférica, a amônia é um gás incolor, tóxico e corrosivo na presença de umidade. O que o torna altamente perigoso em caso de inalação. É também inflamável, de um odor muito irritante (em concentrações não muito elevadas, tem semelhança ao odor de urina) e solúvel em água. Transporta-se esse gás na sua forma liquefeita dentro de cilindros de aço sob muita pressão.
Utilizada em compostos de agente refrigerante, na preparação de fertilizantes como nitrato de amônia, superfosfatos e nitrogenantes que são soluções de amônia e nitrato de amônia, sais de amônia e uréia. Na indústria petroquímica a amônia é utilizada como base para neutralizar ácidos provenientes do óleo cru a fim de proteger da corrosão os equipamentos pelos quais esse óleo vai passar. Largamente utilizada para a extração de metais como cobre, níquel e molibdênio de seus respectivos minérios.
Como já foi dito, a amônia pode ser um gás muito tóxico se inalado e/ou ingerido. Causando grande irritação nas vias respiratórias, boca, garganta e estômago. Sua inalação pode causar dificuldades respiratórias, inflamação aguda do sistema respiratório. Mas contanto que sempre sejam usadas máscaras apropriadas para gases e sempre se esteja atento para qualquer vazamento, a amônia pode ser usada tranquilamente.
Metanol
O metanol, também chamado de álcool metílico e hidrato de metilo, é um biocombustível altamente inflamável. Essa substância pode ser obtida através da destilação destrutiva de madeiras (principal), processamento da cana-de-açúcar ou por meio de gases de origem fóssil. Suas propriedades químicas são semelhantes ao etanol, porém, a toxidade é bem superior. Sua fórmula é: CH3OH.
Após ser produzido, o metanol é bastante utilizado nas indústrias químicas, pois ele é um importante solvente industrial, apresentando grande eficiência no processo de dissolução de alguns sais. Também pode ser empregado na fabricação de plástico, preparo de vitaminas e hormônios, solvente em reações farmacológica, produção de biodiesel, combustível, entre outros.
A utilização do metanol como combustível foi duramente criticada, pois essa substância polui o meio ambiente, é extremamente tóxica e, em caso de incêndio, sua chama é limpa e clara, praticamente invisível, fato que dificulta o controle do fogo. Outro problema citado é com relação à saúde, visto que o contato frequente com o metanol pode causar câncer, irritação nos olhos, dor de cabeça, vômito, náusea, etc.
A tecnologia brasileira de produção de metanol alcançou bons resultados nas últimas duas décadas. A destilação do eucalipto é o principal processo utilizado, no qual o gás resultante é comprimido e, por catálise, origina o metanol. Porém, ainda há a necessidade de elaborar técnicas para reduzir os gastos durante a produção, além de aprimorar a distribuição do metanol para o mercado consumidor.


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